Não estou querendo ser pessimista, mas foi isso que aconteceu comigo na quarta-feira.
Só para dar uma introdução, aqui em Curitiba está um estado preocupante sobre a falta de água. Ou seja, já fazia alguns dias que não chovia. O problema foi que a merda do tempo resolveu desencantar na manhã do dia 20.
Isso é bom em vários aspectos. Porém, como sempre há um porém, nem tudo foi perfeito. Como o já citado Murphy fica atacado em alguns dias, e eu acho que aquela quarta-feira foi um deles, começou a chover antes de eu sair paras ir até a escola.
Uma chuva fraca que, porém novamente, aumentou durante a manhã. O curioso foi que ela aumentava e, logo em seguida, ficava fraca novamente. Às 11:50 horas bateu o sinal e eu me preparei para voltar para casa, como se estivesse me preparando para ir pra guerra. Segurei minha bazuca... digo, meu guarda-chuva e saí belo e formoso pelas ruas do bairro, em direção a minha casa.
Não sei como, mas por quase metade do caminho, eu fui normalmente, quase sem me molhar.
Já estava confiante de que iria chegar em casa apenas com os pés e a barra da calça molhados. Doce engano.
No caminho da escola pra minha casa, há uma reta e, após ela, um morro. Minha casa fica relativamente próxima a escola. Estava na citada reta quando vejo um carro surgir de sabe-se-lá-onde. Eu olhei para baixo. Havia uma grande poça de água entre o meio fio e a rua. Olhei para o motorista. Ele falou algo para o passageiro, apontando para mim. Ambos riram.
"Por mais filho da puta que o cara seja, ele não faria isso", pensei. Mas, para garantir, acelerei o passo, visando sair de perto da poça de água. Logicamente o carro foi mais rápido.
Quem adivinhar o que aconteceu ganha um pirulito.
Sim, o carro passou sobre a poça e eu, na tentativa de salvar meu material de escola, me virei e tentai me proteger com o guarda chuva. Claro que minha calça e um pedaço da jaqueta saíram feridos. Um grito de "Filho de uma égua!" escapou da minha boa. A chuva estava mais forte do que nunca mas eu, que já estava mais puto que todos os cabarés de Paris juntos, larguei o guarda-chuva, peguei a maior pedra que havia próxima aos meus pés, me virei e joguei.
Quem adivinhar o que aconteceu ganha um saco de amendoim.
Na minha cabeça, o carro já staria longe e eu não teria força para fazer a pedra chegar até ele. Doce, mas muito doce, engano. Ele precisou reduzir para passar uma lombada na rua, e a pedra pegou exatamente no meio do vidro traseiro dele.
Fiquei parado por pouco mais de dois segundos para entender o que havia acontecido. Quando ouvi aquele barulho de vidro rachando, virei as costas e saí correndo. Agora, lembram do já citado morro? Então, pra subir ele no gás, com aquela chuva foi a coisa mais estranha que eu já fiz, o que inclui ler a letra "aportuguesada" de Perfect ouvindo Shine On You Crazy Diamond.
Pra minha sorte, não sei se o cara desistiu de me seguir ou simplesmente pensou "Bom, se eu não tivesse feito isso, ele não teria feito isso."
Pelo menos esse cara nunca mais vai querer molhar estudantes em dia de chuva.
Boa tarde.
domingo, 24 de setembro de 2006
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